Íris Bisof
Íris Bisof é uma escritora independente brasileira com quatro livros publicados na Amazon, todos com relacionamento sáfico, variando entre romance contemporâneo e fantasia com toques de sobrenatural. Veja também todos os livros de Íris na Amazon: Amazon.com.br: Íris Bisof: books, biography, latest update
1) A Protetora do Outono e o Enigma da garota verde (Novelas sáficas das estações Livro 1) (118 páginas, 27 de abril de 2024). Se passa em 1993. Trinta e um anos no passado. A escolha desta data alterou elementos da trama?
R: Escolhi ambientar a história em 1993 porque precisava de uma época em que houvesse menos tecnologia para gravar vídeos ou tirar fotos, o que ajudaria a criar um clima de mistério e a preservar segredos importantes da trama. Além disso, as dificuldades de comunicação nesse período – sem celulares comuns entre a população – tornam a busca por informações e a localização de pessoas muito mais desafiadoras. Essa limitação tecnológica aumenta o suspense, pois os personagens precisam confiar mais em encontros presenciais para trocar informações e desvendar o enigma da história.
2) Seus primeiros dois livros se encaixam mais em Romance Sáfico Contemporâneo, mas “A Protetora do Outono” tem elementos de fantasia e sobrenatural muito fortes, com magia e criaturas míticas. Como foi essa transição para a fantasia e magia?
R:Sempre tive vontade de explorar três grandes gêneros: o contemporâneo, a fantasia e/ou romantasia, e o estilo de Soap Opera. Nos meus primeiros dois livros, escolhi focar no romance sáfico contemporâneo, mas com "A Protetora do Outono e o Enigma da garota verde" quis testar algo novo. Essa história foi uma espécie de experimento para ver se eu conseguiria incorporar elementos de fantasia e magia de uma forma que complementasse a narrativa romântica. A introdução de magia e criaturas míticas me permitiu expandir o universo das personagens, trazendo desafios e dinâmicas que só o gênero fantástico oferece. Esse livro foi, então, um teste e, ao mesmo tempo, um passo importante para ver se eu conseguiria levar o projeto adiante dentro do gênero de fantasia.
3) Fale um pouco para gente sobre tua última obra, “Sussurros do Inverno” (Novelas sáficas das estações Livro 2) (202 páginas, 16 de Setembro de 2024, Amazon) Se passa dez anos após o primeiro livro e é bem mais extenso e ambicioso.
“Sussurros do Inverno” continua a trilogia de fantasia, mas traz uma abordagem bem diferente do primeiro livro. Embora ambos se passem no mesmo universo, eles são como faces opostas. Enquanto "A Protetora do Outono e o enigma da garota verde" é focado na aventura, na fantasia e no mistério, "Sussurros do Inverno" mergulha no drama, na superação e explora as nuances de uma maldição, que obriga a protagonista a ficar confinada em uma pousada. Minha intenção foi justamente contrastar com o primeiro livro, criando uma história que aborda outras faces da humanidade e dos dilemas emocionais. Escolhi ambientá-la na atualidade para enriquecer esse contraste e, ao mesmo tempo, incluir referências ao primeiro livro, dando aos leitores a sensação de um universo interconectado e em evolução.
4) Tua obra anterior à duologia “Novelas Sáficas da Estação”, A filha do Pastor (Sáficas, felinos e a Universidade do Fim do Mundo) (236 páginas, 24 de junho de 2023, Amazon), é um romance contemporâneo também ambicioso em elementos, extensão e número de personagens. Como foi o processo de criação deste.
R: "A Filha do Pastor" foi um projeto mais complexo e extenso, mas também muito prazeroso de desenvolver. O processo de criação exigiu muita pesquisa, especialmente sobre a Bíblia e diferentes religiões, além de temas de psicologia e trauma. Eu também me inspirei em algumas vivências pessoais para compor a narrativa, o que deu uma dimensão especial à obra. Trabalhar com um número maior de personagens e integrá-los ao enredo foi um desafio, mas ao mesmo tempo, construir essas conexões e formar uma espécie de família dentro da história foi algo extremamente gratificante.
5) Aparentemente, é uma obra muito bem vendida, com centenas de avaliações positivas na Amazon. Alguma dica aos autores iniciantes sobre como “A filha do Pastor” alcançou sucesso?
R:Acredito que o sucesso de "A Filha do Pastor" se deve à combinação de dois fatores essenciais: a escrita e o marketing nas redes sociais, especialmente no TikTok e Instagram. Na escrita, é fundamental manter coerência com a mensagem e o tom que você quer transmitir, garantindo que os leitores se conectem com a história. Já no marketing, tudo conta – desde a escolha da capa até a forma de compartilhar o processo de escrita e o lançamento. Hoje, os leitores não querem só a história; eles querem conhecer o autor por trás dela, então é importante ter uma presença autêntica nas redes e interagir. Claro que o tema do livro, sendo um romance contemporâneo, também contribui, pois os leitores brasileiros adoram o gênero.
6) Teu primeiro livro na Amazon, “Meu presente de Natal” (113 páginas, Amazon) tem um estilo mais Mangá e Anime na arte da capa e material de divulgação. Alguma influência oriental te influenciou naquela época?
R: De certa forma, sim. Na minha infância e adolescência, assisti muito anime – desde os mais conhecidos como "Naruto" até outros menos populares, como "Kaichou wa Maid-sama". Na época, eu não tinha muito orçamento para investir na capa, então aprendi a desenhar estilo mangá com vídeos no YouTube. Como o mangá tende a ser mais proporcional, achei que seria mais fácil para eu mesma desenhar, incluindo elementos característicos, como os presentes na capa. Também quis que a protagonista tivesse um pouco da personalidade da personagem principal de "Kaichou wa Maid-sama", e o interesse romântico fosse inspirado na personalidade do Viktor de "Yuri on Ice". Embora eu tenha cometido alguns erros nesse lançamento, aprendi muito com essa experiência!
7) Quais seus escritores favoritos, e os que de alguma forma te inspiram ou influenciam?
R: Eu leio bastante e acabo gostando de vários autores, mas alguns sempre me inspiram ou influenciam de alguma forma. Ken Follett, pela riqueza histórica e narrativa envolvente; Xinran, por sua sensibilidade ao abordar histórias humanas; Carlos Ruiz Zafón, que cria atmosferas únicas e misteriosas; e Nora Roberts, que domina o romance de uma forma muito cativante. Também admiro muito Rachel de Queiroz e Jorge Amado, que capturam tão bem a essência do Brasil, além de Noah Gordon e Carl Sagan, que trazem reflexões profundas sobre a humanidade e a ciência. Recentemente, Fabiane Ribeiro e John Flanagan também têm sido fontes de inspiração, cada um com um estilo próprio e envolvente.
8) E música? Alguma banda ou artista, ou canção, que tenha sido relevante na tua formação de autor?
Sim, a música é fundamental para o meu processo criativo. Cada livro que escrevo começa com uma música que define o tom da história. Para "A Filha do Pastor," por exemplo, escolhi "Crying in the Rain" do A-ha. Em "A Protetora de Outono e o Enigma da Garota Verde", "For Emma" do Bon Iver e "Runaway" da Aurora foram inspirações. Em "Sussurros do Inverno", a canção que me acompanhou foi "Forward Beckon Rebound" da Adrianne Lenker. O único livro que não teve uma trilha foi o primeiro. Curiosamente, adoro escrever ouvindo Calcinha Preta cantando músicas internacionais – não sei explicar, mas a escrita simplesmente flui melhor. Fora isso, sou fã de várias bandas e artistas, como A-ha, Pet Shop Boys, ABBA, Rita Lee, Chappell Roan, Irmã Kelly, Tears For Fears, Uniq, Benny Ibarra, ERA, entre outros.
9. Qual seria o auge da tua realização como escritora?
Acredito que o auge da minha realização como escritora seria ser publicada por uma grande editora tradicional. Além disso, ter leitores fiéis que interagem comigo, mandando mensagens diretas e conversando sobre minhas obras, seria algo muito gratificante. Também sonho em ser convidada para eventos como a Bienal, especialmente para uma sessão de autógrafos. Enfim, é difícil escolher apenas um aspecto, porque cada uma dessas realizações traz uma satisfação única e significativa para minha jornada como autora.
10. Houve alguma experiência interessante no processo de divulgação da Obra, alguma lição que aprendeu, quais foram os maiores desafios deste processo.
Sim, uma das experiências mais valiosas que tive no processo de divulgação da minha obra foi aprender a aceitar críticas. Por mais que algumas delas pareçam injustas ou até mesmo agressivas, é fundamental entender que elas são cruciais para o nosso crescimento como autores. Também percebi que erros fazem parte do processo, e que não adianta se comparar com outros escritores. Cada um tem seu tempo e, ao invés de competição, devemos buscar colaboração.
Assim, é importante fazer amizades ao longo do caminho, se divertir e, acima de tudo, amar a sua arte. Cada história é única e apenas você pode escrevê-la da sua maneira. Também é essencial investir em marketing, mas sem perder a sua essência. E, por último, cuidar da saúde mental é fundamental, pois a jornada de um escritor pode ser desafiadora.
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